Escrever ...

Eu sinto que tenho toda a liberdade que não tenho na vida, nas linhas de qualquer lugar. Seja um caderno, um documento, uma mesa, um post, um comentário, as falsas linhas do meu pensar ou até que não tenha linha alguma... Eu tenho a liberdade de expressão. As coisas que, talvez, não me convenham fazer, os meus atos, pensamentos, sentimentos, vontades, pressentimentos, sensações, o meu viver; é tudo isso que eu tento transmitir em tudo isso aqui. As coisas passageiras, as que estão acontecendo e as que não passam. É tudo isso o que há nos meus textos, posts... Em tudo aquilo que as pessoas leem que eu escrevo. Por isso nunca planejo exatamente um post, ele vai acontecendo como tudo na minha vida. Ele se desenrola. Ele age, se cria por si só. É algo mais que real em mim. São meus sentimentos, sensações e tudo o que eu posso sentir se auto-expressando. São eles se aliviando. São eles se mostrando ao mundo. São eles desabafando. Escrever pra mim não é mais um hobby. Hoje em dia, é algo tão normal quanto ir ao banheiro e escovar os dentes. É algo que é quase involuntário (risos). É como se do nada eu me pegasse escrevendo qualquer coisa provavelmente sem sentido e logo fazer sentido, ou mesmo não fazer sentido algum. É vir um pensamento em mente e eu ter a necessidade de anota-lo para transcrever melhor depois. É quando eu me vejo, me percebo e me noto que já estou no meio de um texto como esse, sem mesmo ter a intenção de estar transmitindo isso. Me dou conta apenas dias depois do que escrevi. E, sinceramente, às vezes até eu mesma me surpreendo com o que leio. Parece meio bizarro, surreal. Mas pra acreditar, basta lembrar daquele momento e pronto, já  não tenho nem sombra de dúvidas que foi real. Acho que é essa a chave, eu escrevo quando sinto que devo escrever. Por mais que a maioria dos meus textos, comentários e frases não estejam aqui. Eu tento arquivar tudo de algum jeito, registrar. Só pra eu poder ver depois. Ver com outros olhos, com olhos que são meus e ao mesmo tempo, não são meus. Olhos de outro ponto de vista, outro ângulo. É apenas um detalhe. Escrever pra mim, hoje, é normal demais, essencial. É um habito que criou uma força muito grande. Não tem hora, nem dia e nem momento certo. Como eu disse, é quando eu sinto que devo. Frases, textos, posts, comentários, míseros pensamentos, palavras, coisas incompletas, objetos, momentos, paradoxo, vontades, e sonhos, muitos sonhos. Isso tudo sou eu. Sou alegria, reflexão e serenidade. Sou drama e comédia, vontade e preguiça. Sou forte em vista dos outros e fraca em vista de mim. Sou fé e cansaço. Coragem e medo. Esperança e descrença. Malícia e bondade com um toque de inocência. Eu sou tudo isso e muito mais. Sou amor e amizade, e egoísmo e música. Ah, eu sou muita música! Na verdade, sinto que não me conheço. Eu sou por acaso. Parece que não tenho hora e nem limite. E se tenho, desconheço. Sou preocupação com os outros e despreocupação com o resto. E é tudo isso que me faz contradizer... Às vezes certas coisas não se correspondem. Meus atos aos meus pensamentos e minhas vontades aos meus medos, por exemplo. E no fim, acabo sempre por não entender. E quem sou eu? Ah, eu sou quem escreve! Fim ;)
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"Tudo posso, mas nem tudo me convém." 
"Sou forte, sou por acaso, minha metralhadora cheia de mágoas[...]" -Cazuza.
"A única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais..." - Clarice Lispector (Grande Clarice)

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